quarta-feira, 30 de maio de 2012

Copom reduz Selic a 8,50% ao ano, novo recorde de baixa.



Pesquisa da Reuters mostrou na semana passada que 38 dos 41 analistas consultados previram corte de 0,50 ponto percentual na Selic. Dois estimavam um corte de 0,75 ponto e um esperava redução de 0,25 ponto. As estimativas para a taxa no final do ano, porém, variaram de 6 a 8,5 por cento e muitas estavam sob revisão.
"O Copom considera que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária", informou o Copom, repetindo o mesmo teor do comunicado da reunião anterior.
Com isso, passa a valer a nova regra de remuneração da caderneta de poupança.
Foi o sétimo corte seguido na Selic desde agosto passado, quando o BC iniciou o processo de afrouxamento da política monetária, somando 4 pontos percentuais e, na avaliação de especialistas, o processo de afrouxamento monetário deve continuar.
"O comunicado de hoje é idêntico ao último, então a ideia geral é de que nós continuaremos vendo afrouxamento da política monetária", afirmou o economista do banco Espírito Santo Flávio Serrano, acrescentando que outro corte de 0,50 ponto na Selic deve vir no próximo encontro do Copom, em julho.
O economista Júlio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), acredita que não há perspectiva de a Selic retornar a níveis superiores a 10 por cento ao ano.
"Acho difícil os juros básico voltarem a dois dígitos. Se houver situação de agravamento da inflação que leve a isso, o Banco Central tem outros instrumentos para fazer esse controle", disse.
A redução na taxa vem no momento em que o governo luta para estimular a economia, que não conseguiu decolar neste início de ano.
O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou à Reuters que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu entre 0,3 e 0,5 por cento no trimestre passado, e deve fechar o ano com expansão de 3 a 4 por cento, abaixo das estimativas anteriores de 4,5 por cento . Os números oficiais do PIB do trimestre serão divulgados na próxima sexta-feira.
Com a taxa básica de juros menor, o governo tenta estimular o consumo via crédito ao baratear os seus custos e, assim, estimular a atividade econômica.
Apesar da preocupação com o crescimento, o Copom reduziu o ritmo de corte da Selic neste encontro. Nas duas reuniões passadas, em março e em abril, a autoridade monetária fez reduções de 0,75 ponto percentual cada alegando, entre outros, que o cenário internacional era desinflacionário.
Mas no comunicado e na ata do encontro do mês passado o Copom mudou o tom e afirmou que a flexibilização da política monetária seria tratada com "parcimônia."
O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem dito que a inflação convergirá para o centro da meta oficial, de 4,5 por cento pelo IPCA. Recentemente, os indicadores de preços têm mostrado sinais de arrefecimento.
O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,51 por cento em maio, abaixo do esperado pelo mercado.
Analistas têm alertado, no entanto, que a flexibilização monetária aliada com a alta do dólar pode ter impacto mais forte nos preços.
A queda da Selic também ocorre num momento em que a crise internacional tornou-se mais imprevisível, com a ameaça concreta de a Grécia deixar a zona do euro e a Espanha enfrentando mais problemas econômicos.
POUPANÇA
Com a Selic a 8,50 por cento ao ano, a partir de agora o rendimento da caderneta passar a ser de 70 por cento da taxa básica de juros mais a Taxa Referencial (TR). No início deste mês, o governo anunciou mudanças na regras da caderneta justamente para abrir caminho para mais flexibilização da política monetária.
Essa alteração foi necessária porque poderia haver migração de investimentos para a poupança, cuja remuneração era fixada em 0,5 por cento ao mês mais a variação da TR. Agora, isso só vale quando a Selic estiver acima de 8,50 por central.
Se houvesse essa migração para a caderneta, o governo poderia ter problemas até para se financiar, porque parte dos seus títulos públicos é remunerada pela Selic e poderiam perder atratividade.

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