terça-feira, 1 de abril de 2014

A História do Internacional, Um Clube do Povo.

Eldorado Beira Rio

No inicio da década de 60, quando nos colorados vivíamos uma situação de flagrante e cansativa inferioridade na comparação permanente de nossa rivalidade regional, com sucessivas derrotas no Campeonato local, único que os gaúchos tinham chance de vencer naquele então, a construção do Estádio Beira Rio, surgiu como verdadeiro Eldorado para todos nos vermelhos.

Estimávamos, depois de um penta (56/60) e de um heptacampeonato (62/68)de nossos adversários da Azenha, permeado pelo nosso misero titulo de 1961 que a delicia das vitorias e a riqueza das conquistas chegassem com a conclusão da majestosa obra ,a tanto tempo acalentada. O nosso Gigante, a Boia Cativa,na despeitada versão azul,o nosso palácio enfim, o Beira Rio, estava sendo construído, tijolo a tijolo, com cimento vindo de longe, estruturas saídas das entranhas do povo colorado, por iniciativa , perseverança e pioneirismo de muitos abnegados torcedores importantes, famosos, conhecidos e outros
anônimos quase sem face, entre eles Ildo Meneguetti, Efhrain Pinheiro Cabral,Jose Pinheiro Borda, Waldemar Kunh,Heraldo Hermann,Rui Tedesco, TelmoThompson Flores, com muitos Joses da Silva, Joaos Santos , Pedros Saraivas,Oliveiras,Silveiras e por ai afora.

Lembro ter acompanhado o crescimento da obra ,como torcedor mirim que era naquela década de 60, comparecendo semanalmente naquele aterro, qual um verdadeiro peregrino, fiscalizando os tapumes,as paredes ,as rampas, os túneis de acesso ao campo; a obra andava vagarosamente,não terminava nunca,
mas progredia, na mesma medida em que nossa esperança por novos tempos repressava e a cada dia era maior.

O primeiro grande impacto visual, foi o "Bone"das arquibancadas superiores ( onde adicionados os dizeres ³A Maior Torcida do Rio Grande²), depois o fechamento do anel inferior adiante, o fechamento do anel superior, a marquise do lado social, a glamorosa Tribuna de Honra,os vestiários, o gramado com as goleiras: inacreditavelmente, a obra estava terminando. Ai já corria o final do ano de 1968, no qual,apos mais um costumeiro reves no Gauchão, talvez como bom pressagio,tivemos ótima participação no Certame
Nacional da época, a Taca de Prata, que,recordo como se fosse hoje, por nos era disputado no Estádio Olímpico, cedido pelo Grêmio Footbal Porto alegrense.

Inicio de 1969, a "Boia Cativa"tornara se um Estádio que finalmente estava pronto e, desde logo, foi apelidado de Gigante pelo seu tamanho,pelo sua beleza, pela suntuosidade pelas suas multifaces.Desde logo também, surgiram prognósticos de riqueza e vitorias para o já chamado"Maior Estádio Particular
do Mundo", na época ,palco para 100.000 pessoas.

Revivo ,como se fosse hoje a cerimônia de inauguração, a que compareci com meu pai Antonio Marcello e meu irmão Roberto, cadeiras lado impar, fila “G”, 87, 89 (a minha ate hoje) e 91. Em 06.04.69 a Alvorada colorada, com espolcar de foguetes desde as 6 da manha, solenidades, jogo contra o Benfica
de Portugal, o gol do “Bigorna” garganta sem voz, peito pequeno para tanta emoção, coração explodindo, alegria insopitável pelo momento mágico.

Era o" Eldorado" para todos nos colorados, sinal de novos tempos ,como o ouro para os garimpeiros de Serra Pelada ou as Ferrovias, para os cawbois do oeste Americano.

Finalmente a “bonanza”!


Finalmente viriam as vitorias !

E elas vieram a "maocheia" !

De saída, 8 títulos "gauchos”,suplantando a maior seqüência obtida, ate então, no Rio Grande,coisa que ninguém mais conseguiu. Depois os três Campeonatos Brasileiros, um deles de forma invicta, jamais igualado em nossa pátria varonil. Na seqüência, vários títulos gaúchos, uma Copa do Brasil, tudo apimentado por muitas vitorias em Grenais. Apos uma década de 90 menos luzidia,no nosso velho palco ,"Beira Rio de Guerra", nos primórdios do novo século,pavimentamos o caminho para nossos maiores
títulos a começar pela retomada da hegemonia local, que a tempo perdêramos, manutenção e ampliação da nossa superioridade nos confrontos com nossos maiores rivais no Estado e, por fim ,as ambicionadas conquistas internacionais.

Sim, finalmente as conquistas internacionais; depois do Brasileiro de 2005, vencido dentro do campo, mas sonegado da nossa galeria por indevida interferência do Tribunal Esportivo, fomos Campões da Libertadores 2 vezes, da Copa Sulamericana, Bicampeoes da Recopa Sulamericana , alem de ótimas
participações em certames nacionais, com 3 vice campeonatos, sempre tendo como palco de nossas maiores atuações, o Gigante da Beira Rio.

Ao longo de sua vida, nos grandes momentos vermelhos, o velho estádio “rugia”, falava unissonamente pela voz de milhares de colorados e assim, criou “alma”, assim fez historia, assim se fez “MITO”!

Foi no Gigante da Beira Rio, já então remodelado, com nova feição, pintado com as cores do clube, agora com assentos e como capacidade reduzida para 50.000 torcedores, que desbravamos o caminho para nossa maior conquista, quando fomos buscar na plaga mais distante, em Iokohama no Japão, o nosso titulo Mundial Oficial.

E la, na memorável decisão contra o poderoso FC Barcelona,no majestoso estádio japonês, a torcida colorada ,que atravessou o planeta, fez ecoar por todo o Oriente, aquele “PQP” Iokohama virou o Beira Rio PQP Iokohama virou o Beira Rio², lembrando onde tudo se fez, lembrando da casa onde o Sport Club Internacional adquiriu o ³bilhete de ingresso para participar do 3 Campeonato Mundial de Clubes .patrocinado pela Fifa.

Logo após essa conquista,o compromisso de sediar jogos da Copa do Mundo Fifa no Estado,tornou necessária remodelação no nosso velho e mitológico estádio.
Embora essa repaginação tenha encontrado o Sport Club Internacional em situação totalmente diversa daquela da década de 60, ha 45 anos atrás, a construção, agora concluída exitosamente, tem alguma semelhança com aquela dolorida época.

Por isso, o novo “Velho Beira Rio de Guerra” remodelado, refeito,repaginado,lindo,maravilhoso, moderno( Remedao na despeitada versão azul ¬ eles nunca podem faltar-), alem de tornar-se o mais bonito e mais bem localizado Estádio de Porto Alegre, entre outras coisas, surge novamente,como Eldorado para os colorados.

Muito embora tenhamos mantido intacta nossa superioridade na histórica e eterna rivalidade regional, e certo que nossas diminutas e precárias atuações em Copas Continentais e nossas inquietantes atuações em Certames
Nacionais, fruto da disputa dos jogos longe do nosso palco habitual reacenderam a ansiedade de todos os torcedores e aficcionados, gerando evidente descontentamento e desconforto com os resultados de campo, nos últimos 3 anos.

Mesmo com esse pouco tempo de ausência no pódio das grandes decisões, a esperança e a fe do povo vermelho voltaram a represar quase na mesma medida da década de 60.

O motivo e o mesmo: a ( re) construção e a conclusão do Beira Rio !

Agora, passados 45 anos, o velho novo Estádio, prestes a ser reinaugurado, novamente ressurge como “Ëldorado “ para todos os colorados; estamos mais uma vez na ante véspera da delicia das vitorias e da riqueza das conquistas.

A volta do Mitológico Beira Rio, Estádio com títulos,com voz, com alma, vitorioso como poucos, nos da essa esperança e, mais do que isso, essa certeza !

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