Eldorado Beira Rio
No inicio da década de 60, quando nos
colorados vivíamos uma situação de flagrante e cansativa inferioridade
na comparação permanente de nossa
rivalidade regional, com sucessivas derrotas no Campeonato local, único
que os gaúchos tinham chance de vencer naquele então, a construção do
Estádio Beira Rio, surgiu como verdadeiro Eldorado para todos nos
vermelhos.
Estimávamos, depois de um penta (56/60) e de um
heptacampeonato (62/68)de nossos adversários da Azenha, permeado pelo
nosso misero titulo de 1961 que a delicia das vitorias e a riqueza das
conquistas chegassem com a conclusão da majestosa obra ,a tanto tempo
acalentada. O nosso Gigante, a Boia Cativa,na despeitada versão azul,o
nosso palácio enfim, o Beira Rio, estava sendo construído, tijolo a
tijolo, com cimento vindo de longe, estruturas saídas das entranhas do
povo colorado, por iniciativa , perseverança e pioneirismo de muitos
abnegados torcedores importantes, famosos, conhecidos e outros
anônimos quase sem face, entre eles Ildo Meneguetti, Efhrain Pinheiro
Cabral,Jose Pinheiro Borda, Waldemar Kunh,Heraldo Hermann,Rui Tedesco,
TelmoThompson Flores, com muitos Joses da Silva, Joaos Santos , Pedros
Saraivas,Oliveiras,Silveiras e por ai afora.
Lembro ter
acompanhado o crescimento da obra ,como torcedor mirim que era naquela
década de 60, comparecendo semanalmente naquele aterro, qual um
verdadeiro peregrino, fiscalizando os tapumes,as paredes ,as rampas, os
túneis de acesso ao campo; a obra andava vagarosamente,não terminava
nunca,
mas progredia, na mesma medida em que nossa esperança por novos tempos repressava e a cada dia era maior.
O primeiro grande impacto visual, foi o "Bone"das arquibancadas
superiores ( onde adicionados os dizeres ³A Maior Torcida do Rio
Grande²), depois o fechamento do anel inferior adiante, o fechamento
do anel superior, a marquise do lado social, a glamorosa Tribuna de
Honra,os vestiários, o gramado com as goleiras: inacreditavelmente, a
obra estava terminando. Ai já corria o final do ano de 1968, no
qual,apos mais um costumeiro reves no Gauchão, talvez como bom
pressagio,tivemos ótima participação no Certame
Nacional da época, a
Taca de Prata, que,recordo como se fosse hoje, por nos era disputado
no Estádio Olímpico, cedido pelo Grêmio Footbal Porto alegrense.
Inicio de 1969, a "Boia Cativa"tornara se um Estádio que finalmente
estava pronto e, desde logo, foi apelidado de Gigante pelo seu
tamanho,pelo sua beleza, pela suntuosidade pelas suas multifaces.Desde
logo também, surgiram prognósticos de riqueza e vitorias para o já
chamado"Maior Estádio Particular
do Mundo", na época ,palco para 100.000 pessoas.
Revivo ,como se fosse hoje a cerimônia de inauguração, a que compareci
com meu pai Antonio Marcello e meu irmão Roberto, cadeiras lado impar,
fila “G”, 87, 89 (a minha ate hoje) e 91. Em 06.04.69 a Alvorada
colorada, com espolcar de foguetes desde as 6 da manha, solenidades,
jogo contra o Benfica
de Portugal, o gol do “Bigorna” garganta sem
voz, peito pequeno para tanta emoção, coração explodindo, alegria
insopitável pelo momento mágico.
Era o" Eldorado"
para todos nos colorados, sinal de novos tempos ,como o ouro para os
garimpeiros de Serra Pelada ou as Ferrovias, para os cawbois do oeste
Americano.
Finalmente a “bonanza”!
Finalmente viriam as vitorias !
E elas vieram a "maocheia" !
De saída, 8 títulos "gauchos”,suplantando a maior seqüência obtida, ate
então, no Rio Grande,coisa que ninguém mais conseguiu. Depois os três
Campeonatos Brasileiros, um deles de forma invicta, jamais igualado em
nossa pátria varonil. Na seqüência, vários títulos gaúchos, uma Copa do
Brasil, tudo apimentado por muitas vitorias em Grenais. Apos uma década
de 90 menos luzidia,no nosso velho palco ,"Beira Rio de Guerra", nos
primórdios do novo século,pavimentamos o caminho para nossos maiores
títulos a começar pela retomada da hegemonia local, que a tempo
perdêramos, manutenção e ampliação da nossa superioridade nos confrontos
com nossos maiores rivais no Estado e, por fim ,as ambicionadas
conquistas internacionais.
Sim, finalmente
as conquistas internacionais; depois do Brasileiro de 2005, vencido
dentro do campo, mas sonegado da nossa galeria por indevida
interferência do Tribunal Esportivo, fomos Campões da Libertadores 2
vezes, da Copa Sulamericana, Bicampeoes da Recopa Sulamericana , alem de
ótimas
participações em certames nacionais, com 3 vice campeonatos,
sempre tendo como palco de nossas maiores atuações, o Gigante da Beira
Rio.
Ao longo de sua vida, nos grandes momentos vermelhos, o
velho estádio “rugia”, falava unissonamente pela voz de milhares de
colorados e assim, criou “alma”, assim fez historia, assim se fez
“MITO”!
Foi no Gigante da Beira Rio, já
então remodelado, com nova feição, pintado com as cores do clube, agora
com assentos e como capacidade reduzida para 50.000 torcedores, que
desbravamos o caminho para nossa maior conquista, quando fomos buscar na
plaga mais distante, em Iokohama no Japão, o nosso titulo Mundial
Oficial.
E la, na memorável decisão contra o poderoso FC
Barcelona,no majestoso estádio japonês, a torcida colorada ,que
atravessou o planeta, fez ecoar por todo o Oriente, aquele “PQP”
Iokohama virou o Beira Rio PQP Iokohama virou o Beira Rio², lembrando
onde tudo se fez, lembrando da casa onde o Sport Club Internacional
adquiriu o ³bilhete de ingresso para participar do 3 Campeonato Mundial
de Clubes .patrocinado pela Fifa.
Logo após essa conquista,o
compromisso de sediar jogos da Copa do Mundo Fifa no Estado,tornou
necessária remodelação no nosso velho e mitológico estádio.
Embora
essa repaginação tenha encontrado o Sport Club Internacional em
situação totalmente diversa daquela da década de 60, ha 45 anos atrás, a
construção, agora concluída exitosamente, tem alguma semelhança com
aquela dolorida época.
Por isso, o novo “Velho Beira Rio de
Guerra” remodelado, refeito,repaginado,lindo,maravilhoso, moderno(
Remedao na despeitada versão azul ¬ eles nunca podem faltar-), alem de
tornar-se o mais bonito e mais bem localizado Estádio de Porto Alegre,
entre outras coisas, surge novamente,como Eldorado para os colorados.
Muito embora tenhamos mantido intacta nossa superioridade na histórica
e eterna rivalidade regional, e certo que nossas diminutas e precárias
atuações em Copas Continentais e nossas inquietantes atuações em
Certames
Nacionais, fruto da disputa dos jogos longe do nosso palco
habitual reacenderam a ansiedade de todos os torcedores e aficcionados,
gerando evidente descontentamento e desconforto com os resultados de
campo, nos últimos 3 anos.
Mesmo com esse pouco tempo de
ausência no pódio das grandes decisões, a esperança e a fe do povo
vermelho voltaram a represar quase na mesma medida da década de 60.
O motivo e o mesmo: a ( re) construção e a conclusão do Beira Rio !
Agora, passados 45 anos, o velho novo Estádio, prestes a ser
reinaugurado, novamente ressurge como “Ëldorado “ para todos os
colorados; estamos mais uma vez na ante véspera da delicia das vitorias e
da riqueza das conquistas.
A volta do Mitológico Beira Rio,
Estádio com títulos,com voz, com alma, vitorioso como poucos, nos da
essa esperança e, mais do que isso, essa certeza !
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