sábado, 2 de junho de 2012

Quase um mês afastado, D'Ale retorna contra o São Paulo:


 "Ver de fora é a pior coisa para o jogador"

Sem jogar desde a final do Gauchão, meia confessa que não gostou da experiência de ser torcedor. 

Quase um mês afastado, D'Ale retorna contra o São Paulo: "Ver de fora é a pior coisa para o jogador" Félix Zucco/Agencia RBS
A convite de ZH, D'Alessandro posou fardado no Beira-Rio na tarde de sexta-feira passadaFoto: Félix Zucco / Agencia RBS

"El diez" voltou. De novo. Estará em campo contra o São Paulo, na quarta- feira, quando o Brasileirão recomeçar. Mas, agora, D'Alessandro espera que seja um retorno definitivo, em uma temporada recheada de acidentes até aqui. Dos 33 jogos do Inter em 2012, o camisa 10 esteve presente em apenas 12. Perdeu boa parte da Libertadores, devido à lesão muscular na coxa esquerda que o deixou parado por 34 dias, e sofreu pela TV com o fim do sonho do tricampeonato continental.
Não joga desde a final do Gauchão, em 13 de maio, quando por teimosia sua pediu para ficar no banco de reservas. A lesão no músculo da coxa (agora a direita) ainda incomodava. Mas, não fosse a coragem de D'Alessandro em voltar — e lesionar-se outra vez —, talvez o Inter não tivesse comemorado o Gauchão. Até o seu ingresso,no intervalo contra o Caxias, o futebol colorado era sofrível e a derrota por 1 a 0, merecida. Com o argentino no comando, o Inter virou o jogo.
— Eu queria estar presente para ajudar, assim como contra o Fluminense (dias antes, pela Libertadores), mas, para o Rio, não tinha condições. Depois daquela semana de treinos, pedi ao Dorival para concentrar. Não sabia sequer se ficaria no banco, mas estava com muita vontade de estar com o grupo. Faria tudo de novo — contou Andrés D'Alessandro, 31 anos.
A lesão recrudesceu porque ainda não estava totalmente curada. El Cabezón (apelido de infância, dado pelo pai de D'Alessandro por ser um guri cabeça-dura, teimoso) não quis saber. Sentiu-se bem e se colocou à disposição para o jogo do título. Ao todo, foram quatro lesões musculares em 2012. No Beira-Rio, uma das explicações é o pouco tempo de pré-temporada.
Foram 12 dias e o desembarque no duro mata-mata da pré-Libertadores contra o Once Caldas, da Colômbia. D'Ale é também um jogador de velocidade, constituído de"fibras rápidas", como dizem os especialistas, e, por isso, mais propenso a lesões desse tipo.
— A pré-temporada curta, devido a um calendário apertado, acaba propiciando esse tipo de lesão — atesta o diretor médico do Inter, Paulo Rabelo.
Um dos principais companheiros de D'Alessandro vem sendo Elio Carravetta. O coordenador de preparação física do Inter dividiu com o argentino o drama de assistir a parte da temporada do lado de fora do campo. Carravetta elogia:
— Esse guri foi de uma garra e de um profissionalismo impressionantes. Como treinávamos somente os dois, costumava perguntar a ele: "Você está bem, não quer descansar mais entre um treino e outro?". E ele invariavelmente respondia: "Professor, venho a hora que o senhor marcar. Sou profissional, estou a sua disposição". É um cara que sabe a responsabilidade que tem para o time.
Por mais de 60 dias na temporada, D'Alessandro precisou aplaudir em vez de ser aplaudido. E não gostou nada de se transformar em torcedor. Em noites de jogos, realizava fisioterapia em dois turnos com Mauren Mansur e Rodrigo Rossatto e, depois, subia para as cabinas ou ia para a frente da TV em sua casa, se a partida fosse fora.
— Fui a todas as partidas no Beira- Rio. Ficava no vestiário dando apoio aos companheiros e depois assistia aos jogos — relembra D'Alessandro. — Ver de fora é a pior coisa para o jogador, fico muito nervoso, porque não posso ajudar em campo. Por vezes, ficava sem voz de tanto gritar. Não é boa essa experiência de ser torcedor. Por isso estou louco para voltar.

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