terça-feira, 3 de junho de 2014

Ex-porteiro que presidiu Internacional relembra a construção do Beira-Rio.


O Internacional já teria uma aproximação com a Copa do Mundo pelo fato do reformado Beira-Rio receber cinco jogos da competição. Mas para um ex-presidente do Colorado, o Mundial de 2014 é ainda mais especial. Na Copa de 1950, Eraldo Herrmann, recém chegado a Porto Alegre, trabalhou como porteiro do Estádio dos Eucaliptos. Nas idas e vindas da vida, acabou sendo contratado para trabalhar no Inter. Passou por vários setores no clube até virar conselheiro, depois vice-presidente de futebol. Em 1973, assumiu o posto máximo: foi eleito presidente e viveu o primeiro título do Campeonato Brasileiro, em 1975 (assista no vídeo acima a partir de 9min).
A essa altura, Eraldo já compreendia bastante a atmosfera da instituição gaúcha. A chegada ao comando geral do clube vinha acompanhada da sua experiência na presidência da comissão de obras, que ergueu o Estádio Jose Pinheiro Borda, também conhecido como Gigante da Beira-Rio, em abril de 1969. À época, Eraldo convocou torcedores, buscou doações e vendeu até rifas. E no dia do lançamento da pedra fundamental, teve para si um momento de grande realização.
- Precisou aterrar todo o terreno. Demorou muito, mas eu fui surpreendido. Já me perguntaram e não sei explicar como nós arrumamos todo aquele dinheiro para construir o Beira-Rio. Só que não dá para voltar no tempo. Eu até disse para um dirigente do Internacional não inventar outra reforma que eu não estarei mais aqui - revelou.
Eraldo Herrmann foi o reponsável pela construção do Beira Rio (Foto: Reprodução SporTV)Eraldo Herrmann foi o responsável pela construção do Beira-Rio (Foto: Reprodução SporTV)
Hoje, com 83 anos, o ex-porteiro vê o estádio pronto para receber jogos da Copa do Mundo de 2014. No entanto, como um saudosista, jamais esqueceu o Estádio dos Eucaliptos. No Mundial de 1950, Eraldo trabalhou na venda de ingressos e no controle da entrada de torcedores, além de também ter auxiliado na logística da seleção mexicana. E as duas partidas que acompanhou direto do estádio foram justamente duas derrotas do México: 4 a 1 para a Iugoslávia e 2 a 1 para a Suíça.
- Me lembro que acompanhei alguma coisa na delegação. Até ajudei. Mas, honestamente, a minha função era secundária. Nada de espetáculo. Tinha dois ou três vendedores de bebida, dois ou três pipoqueiros. Era tudo muito humilde - relembrou.
  Eraldo Herrmann chegou a Porto Alegre em 1948. Começou a vida na capital gaúcha trabalhando em um pequeno mercado. Através da amizade que tinha com o patrão, foi apresentado ao universo de uma metrópole e também ao futebol.
- Era totalmente diferente do que é hoje. As coisas eram mais humildes e tinha menos gente. Conhecia pouco de Inter. Sabia que existia o Grêmio, mas não sabia dessa diversidade dos clubes e essas torcidas raivosas em certos momentos. Não conhecia isso - afirmou Eraldo.
  Do antes ao depois de Eraldo no futebol e no próprio Internacional, foram muitas transformações. A mais aguda, além das conquistas, foi a mudança de casa colorada. Antes, o Inter mandava os jogos no próprio Estádio dos Eucaliptos, com capacidade para 30 mil torcedores. Hoje, tem como propriedade uma das arenas que receberá a Copa do Mundo. Com uma memória rica e um corção forte, Eraldo Herrmann sabe que a emoção será forte quando puder acompanhar presencialmente, pela segunda vez, uma partida de Mundial dentro da sua casa.
- Vamos fazer força - disse, emocionado.

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