Levamos 500 anos para alterar o modelo político do Brasil. Foram cinco
séculos até que a classe baixa subisse um pouco, tendo acesso a
benefícios historicamente negados, por força do caráter capitalista de nossa formação.
Uma espécie de capitanias hereditárias, em que o capital
foi repartido entre alguns e quem ficou fora da divisão teve de achar
que não passava de um requisito histórico, é assim e está acabado.
Quem subiu ao poder quebrando a hegemonia cometeu erros parecidos
com quem dominava. Lógico, são humanos, não super-homens, foram gerados
no mesmo caldo de cultura que formou o Brasil. Mas são os inegáveis os
avanços sociais que obtivemos nos últimos 12 anos.
O senhor aí, que está
sentado, imaginava ver seu filho na faculdade, por exemplo?
Agora,
curiosamente, passamos a entender que a melhora do país só se dará pelas
mãos de quem sempre a sonegou. E, tristeza das tristezas, pensa assim
até mesmo quem sempre viveu à margem de qualquer evolução, por mínima
que fosse. Engolem um discurso totalmente difundido pelas redes sociais e
embarcam numa canoa da qual irão se arrepender quando já for demasiado
tarde.
Sonho com um Brasil muito melhor do que o atual. Sei que
ainda estamos a léguas das grandes civilizações. Mas também estou
convencido de que o caminho que leva ao avanço não é o trilhado desde
que Cabral aportou na nossa costa. Este filme eu já vi. E tem final
triste.
Fonte: Jornalista Luiz Henrique Benfica.
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