A diretoria do Sindicato
dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Toledo e Região, que
representa os empregados da Brasil Foods (BRF), a FTIA, Contac/CUT e os demais
sindicatos da base, decidiram na tarde desta segunda-feira, 1º de fevereiro,
suspender temporariamente o movimento de greve na unidade de Toledo, iniciado
na última madrugada.
A greve era para reivindicar
um reajuste de salários que corrigisse o
índice de inflação de 10.33% para a categoria, mas não houve adesão esperada
pelo Sindicato. Segundo o presidente do Stia-Toledo, João Moacir Lopes Belino, uma
nova paralisação pode acontecer a qualquer momento, mas o Sindicato se mantém
aberto às novas propostas e caso haja uma melhora em relação à última
apresentada pela empresa, admite retomar a negociação. Caso contrário, os trâmites
legais é que vão definir o futuro do reajuste que tem como database o mês de
novembro. “Nós sempre procuramos o diálogo para negociar com ganho real para o
trabalhador e jamais vamos aceitar que a empresa nos imponha reajustes conforme
a sua vontade”, explicou o dirigente sindical.
João Moacir respeitou a
vontade do trabalhador, que mesmo não cruzando os braços fez com que o movimento
fosse considerado positivo devido às circunstâncias que aconteceu. “Nós
entendemos porque a adesão foi baixa. Nos últimos dias a pressão foi grande. A empresa
usou muitas práticas antissindicais, ameaçou trabalhadores, coagiu e fez com
que eles se sentissem acuados. Temos inúmeros depoimentos que já estamos
encaminhando para o Ministério Público, pois, enquanto o Sindicato tentou fazer
um movimento limpo, a empresa fez ao contrário e não respeitou principalmente o
trabalhador”, disse o presidente.
Pressionado nos últimos
dias, o presidente Joao Moacir também desabafou quando anunciou a suspensão da
greve. “Tem trabalhador que cobra muito do Sindicato, diz que é “pelego”,
vendido e faz outras atribuições negativas, mas na hora que ele é chamado para
aderir ao movimento ele simplesmente some. Nós fizemos a nossa parte que é
brigar por melhores salários e qualidade de vida para o trabalhador, mas parece
que ele não entendeu muito bem essa mensagem”, avaliou João Moacir.
Nesta terça-feira, a diretoria
do Sindicato da Alimentação de Toledo volta a se reunir para avaliar todos os
aspectos da paralisação. Em mais de anos, essa foi primeira vez que a unidade
da BRF de Toledo entra em greve. No histórico
de negociações, em 12 anos, esta também é a primeira que a empresa tenta impor um
reajuste sem ganhos reais para os trabalhadores.
Texto e fotos em anexo - Créditos: Silmar Ramos/Srcom
Nenhum comentário:
Postar um comentário